A camisa da Seleção: quando o peito bate mais forte que o bolso

Por: um louco que já chorou vendo o Brasil perder de 7


Cara, vou te falar uma coisa: não é só preço que a gente leva em conta na hora de vestir a amarelinha. É orgulho, é memória, é aquela sensação de que você tá entrando em campo com o time. Mas, poxa, 349 conto numa camisa? Dá até pra ouvir o cartão de crédito chorando antes de passar.

Ontem mesmo fui no shopping aqui do lado, acompanhado do meu sobrinho — que, claro, quer a nova titular com o nome do Endrick nas costas. A gente chega na loja, a atendente solta um “bom dia” e eu já respiro fundo, porque sei que vou sair de lá mais leve na carteira. Aí ela fala: “Temos a réplica por R$ 349 e a estadiu, mais levinha, por R$ 449”. Meu sobrinho olha pra mim com aquela carinha de quem quer ganhar um PlayStation de Natal. Eu olho pra ele e penso: “filho, se eu comprar isso, a gente come pão com ovo o resto do mês”.

Mas, beleza, vamos pro que interessa. Por que diabos a camisa tá tão cara? Segundo a CBF e a Nike, é tecnologia, é sustentabilidade, é o tecido que seca mais rápido que o choro depois da eliminação pra Croácia.

Dizem que cada camisa usa garrafa PET reciclada. Olha, se for pra salvar o planeta e ainda por cima torcer pro Brasil, até que vale a pena. Mas, sério, dava pra reciclar o preço também, né?

Camelô x Original: a dúvila moral

Aí você vai pro mercado paralelo — ou como a gente chama carinhosamente de “camelô da esquina” — e acha a “alternativa” por 60 reais. Mesma cor, mesmo escudo, mas com o nome do “Rodrygo” escrito errado. Aí você fica na dúvida moral: compro a original e como miojo por três meses, ou compro a pirata e ainda sobra grana pra cerveja no domingo?

A esperança é a última que… entra em promoção

Tem também aquela galera que espera a promoção. Sim, ela existe. Depois de algumas rodadas, quando a Seleção já tremeu umas duas vezes nas Eliminatórias, o preço cai. Aí você entra no site e, do nada, a camisa que tava 449 agora tá 279. Ainda dói, mas dói menos. É tipo levar um pisão no tornozelo: não sai sangue, mas incha.

E não pense que é só a amarela que tá cara. A azul, que a gente só usa quando tá tudo perdido, também tá no mesmo esquema. A preta? Então, essa é praticamente um item de luxo. Parece que quanto mais a gente perde, mais cara fica a camisa. É o tal do “imposto por sofrimento”.

No fim, a gente compra — e aprende a amar o miojo

No fim das contas, a gente compra. Porque é Brasil. Porque é a Seleção. Porque quando você veste aquela camisa, você lembra do gol do Ronaldo em 2002, do choro do Neymar em 2016, da sua avó batendo palma na sala com um cafezinho na mão. A camisa não é só pano. É história. É identidade. É o que restou de bom nesse país depois de 2020.

Então, se você tá afim de comprar, vai. Mas vai sabendo que você não tá pagando só por um tecido com um escudo. Você tá pagando por uma lágrima, por um abraço, por um “é tetra!” que a gente ainda vai gritar. E se sobrar um descontinho, me avisa. Aqui, a gente divide o miojo.

Gostou do papo? Manda pro amigo que vive reclamando do preço da Nike e marca a gente nas redes. Vamos sofrer juntos — e, quem sabe, comemorar juntos também.